Chegando em Paris, descobri que não tinha lugar para aquela
noite, seguiria então para um hostel, mas antes disso, teria que pegar um
ônibus que saiu por 20€, um roubo. O Vôo que paguei 8€, no final, acabou
ficando bem mais caro considerando todas as despesas, mas tudo bem, saiu barato
mesmo assim. Chegando na fila do ônibus, perguntei para a primeira pessoa que
vi se era aquele ônibus mesmo, conheci assim a Àurea, uma menina de Barcelona
com quem fui conversando até chegar em Paris, acabei pegando com ela a dica de
hostel também.
Tínhamos planos parecidos para o dia seguinte, assim,
acabamos nos juntando naquele dia. Começamos com uma caminhada até o Louvre.
O local onde Maria, mãe de Jesus está enterrada (segundo o Código Da Vinci)
Eu não sou um grande conhecedor de arte e, depois de
conversar com um amigo estudante de design, convenci-me que visitar a museus de
arte é um grande desperdício de oportunidade. Existem pessoas, como ele, que
tirariam um proveito mito maior de visitas como aquela.
Para mim, o Louvre pareceu um apanhado de injustiças
artísticas. Me pareceu que muitas obras recebem uma atenção exagerada enquanto
outras muito mais fodas seguem esquecidas. Exemplo é a Vênus de Milo: Depois de
ver estátuas muito mais impressionantes, ver aquela, incompleta e cheia de
turistas em volta, levanta dúvidas de porque aquela e não outra melhor.
Outro exemplo é a Monalisa. Depois de ver de perto obras
grandiosas de Caravaggio, ver de longe aquele quadrinho minúsculo de uma mulher
feia com um sorriso amarelado e ver a multidão que se aperta para “apreciá-la”,
isso tudo fez me questionar o que se passa. Na verdade, o mais me chamou
atenção na Monalisa foi o aviso ao lado para tomar cuidado com batedores de
carteira.
Cuidado, é a Monalisa (e dizem que é uma cópia falsa)
Olha o ladrão!
Mas aprendi uma coisa, as obras italianas são muito mais
exageradas e engraçadas. Ficamos andando, eu e a Àurea, pelos corredores de
obras italianas fazendo “legendas” para as cenas nas pinturas, isso nos rendeu
horas de riso. Fato é que só dá para fazer isso com obras italianas, nos outros
setores é muito mais difícil.
Àurea rindo de alguma piada com alguma pintura italiana
Opa, esse é Caravaggio, é muito foda pra rir.
Outro detalhe que não deixei de notar no Louvre é a
arquitetura do local, na verdade lá era lar de reis muito antes de ser um
museu.
Outra parte que vale a visita é a destinada a obras do Egito
antigo, ironicamente, possui obras muito mais legais e é muito melhor
organizado que o próprio museu do Cairo que é focado unicamente nisso.
Depois disso, demos uma caminhada no Rio Sena, local que
concentra algumas das paisagens mais notáveis de Paris. Ao longe se podia ver a
Torre Eiffel que, com sua iluminação, faz jus ao apelido da cidade luz.
Para fechar o dia, resolvemos encarar a fila e os altos
preços para subir ao topo da Torre Eiffel e de lá ter uma visão inacreditável
da cidade. O único detalhe desagradável foi o vento fortíssimo e gelado que
fazia-nos prestar menos atenção no que interessava, ou seja, na paisagem.
De lá saí correndo para encontrar a Zelda, que havia
aceitado minha solicitação do CouchSurfing. Ela era baterista em várias bandas,
todas com um toque hard core. Ficamos naquela noite conversando sobre vários
assuntos, principalmente sobre nossas viagens e sobre música. Ela era
professora de Inglês e dava a maioria de suas aulas via Skype, aproveitei a
chance para tirar algumas dúvidas.
Boneco inflável da Zelda!
Mais tarde naquele dia encontrei a Elise, nos correspondemos
desde que nos conhecemos na Macedônia junto com o Fred, ela prometera que, se
eu fosse a Paris, ela seria a minha guia. Finalmente havia chego o tão
aguardado momento de pagar por esta promessa.
Primeiro fomos à catedral de Notre Dame, já na entrada, como
o mundo é pequeno, encontramos a Àurea, a menina do dia anterior, na entrada da
catedral, uma agradável coincidência. Dentro da Catedral, chama a atenção os
maravilhosos vitrais.
A pedra gasta por séculos de visitantes!
As gárgulas!
Bem, resumindo, o dia coma a Elise foi fantástico. Conhecer
a cidade ao lado de alguém que nasceu e cresceu por lá trás uma perspectiva
impossível de se ter com guias ou com outros turistas. Tive uma experiência
semelhante em Roma, porém por lá tive muito mais tempo para conhecer a cidade e
quisera eu poder ter o mesmo tempo em Paris.
Finalizamos a noite de um modo bastante francês, comendo
queijo e bebendo vinho.
No dia seguinte, fui a uma feira de natal e provei o
Tartiflette, uma deliciosa mistura de queijo, batatas e carne, um prato
maravilhoso que eu nunca vou esquecer. Mais tarde encontrei a Aurea novamente para
uma grande caminhada que começou perto da Bastille, seguimos até o Arco do
Triunfo, passando pela Champs Élysées, uma rua forrada de turistas e que no
final, já próximo ao arco, havia alguma manifestação com muitos policiais.
Caminhamos um pouco mais para encontrar a Zelda, qua faria
um show naquela noite. Chegamos lá, e era um bar minúsculo e apertado, mas
valeu pela agradabilíssima companhia da Zelda, que é aquele tipo de pessoa que
pode-se passar dias com.
Mais tarde, voltei a encontrar a Elise em um final de festa
com seus colegas de trabalho, infelizmente eu havia perdido a maioria da festa,
mas foi o suficiente para dar algumas boas risadas.
No dia seguinte, segui viagem para a Bélgica, terra natal de
um dos meus melhores amigos!!
2 comentários:
Bruno! Tava com saudade de vc já!! Não consegui parar para ler o blog por um tempo... Mas agora consegui colocar a leitura em dia! Pelo que entendi esse post é do período do Natal, correto? Você já chegou na Transiberiana? E o orçamento, os gastos estão de acordo com o esperado?
Abraços!
Oi Aline, ainda não, fiz uma pequena pausa na Noruega, mas sigo para a transiberiana em breve.
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