Estava na Itália quando recebi o convite do Fred para passar
o natal com sua família. Não tinha como dizer não, eu só precisava pensar como
encaixar a Alemanha no período de Natal dentro do grande plano.
Conheci o Fred em Saraievo e, com ele, viajei por toda a
região dos Balcãs até Istambul uma viagem de quinze dias, na qual ganhei um
grande amigo que estou certo levarei para toda a vida (os posts sobre esta parte da viagem
podem ser lidos aqui).
Fred em Tirana, capital da Albânia
O estado da cozinha depois da festa
O Fred se esforçava como anfitrião para que eu conhecesse o
melhor de sua cidade. Infelizmente o tempo chuvoso não ajudou, mas não impediu
que fôssemos ao museu da cidade, como eu já disse algumas vezes, museus não são
meus lugares favoritos, mas sempre há alguma boa surpresa, neste caso fiquei
impressionado com o realismo deste trabalho.
Mais tarde conheci a Inês, namorada do Fred, portuguesa e da
qual ouvira falar muito. Ela, muito ativa, faladora e impulsiva, parecia o
oposto do Fred, um cara calmo e quieto, mas vendo-os juntos, pareciam ter sido
feitos um para o outro.
Seguimos no dia seguinte para Essen, logo após termos visto
uma peça de teatro em que o Simon, grande amigo do Fred e muito gente fina, era
um dos atores. Fiquei impressionado pois mesmo sem entender uma palavra do que
era dito (em alemão) pude entender o sentido da peça quase que completamente.
Em Essen, fui muito bem recebido por sua mãe, que pelo que
percebi já havia ouvido falar bastante de mim, e pelo padrasto do Fred, também
farmacêutico e uma figuraça. Saímos logo em seguida para uma partida de futebol
do campeonato alemão. O Jogo era entre o Mönchengladbach, time do Fred, contra o
Schalke. Foi a primeira vez que fui a um estádio para uma partida de futebol,
ficamos próximos à torcida do outro time, o que nos garantiu vários banhos de
cerveja. No final, o time do Fred acabou ganhando a partida por 3x1.
Bratwurst com Cerveja, nada mais tradicional (apesar da maionese no sanduíche que eles acharam nojento)
A torcida adversária
Os dias em Essen foram bastante mais calmos do que os dias
em Colônia. Chegamos a ir em algumas festas sendo que uma delas, acompanhado do
Peter, filho da Madrasta do Fred e grande parceiro, foi inesquecível, ainda que
eu só lembre de flashes.
Yeahhh!
Eu, Peter, Fred e alguém que não sei!
Não me perguntem, não lembro dessa parte.
Depois de alguns dias chegou a irmã do Fred com seu filho e
marido, o Rui também português, um cara muito gente boa, com quem matei a
saudade de falar a minha língua. Ainda mais divertido pelo fato de ele falar em
português com o filho ainda bebê o Paulinho, assim, pude me sentir um pouco
menos deslocado linguisticamente (não que isso me incomode a essa altura da
minha viagem).
Fred e Paulinho
Quem derrubar os pinguins perde
A noite de natal na Alemanha é bastante parecida com a noite
no Brasil com algumas diferenças bastante peculiares. Em primeiro lugar, por
ser inverno, utiliza-se muitas velas (um costume bastante comum na europa),
além disso, após a ceia, não costuma-se esperar até a meia noite para dar os
votos de natal. A mãe e o padrasto do Fred foram muito gentis em lembrar de mim
ao presentear-me com alguns itens de higiene e uma lanterna (coisa muito útil),
da mãe do Fred ganhei um cupom no qual ao ser comprado, uma vaca leiteira é
doada a uma família na África, um tipo de presente com um significado muito
especial.
No dia seguinte, acordamos cedo para ira a igreja e mais
tarde tivemos um almoço com a família do pai do Fred e de sua madrasta,
reencontrei lá o Peter, que estava caindo aos pedaços por estar sem dormir
direto da balada.
Comportados na Igreja
Naquela noite saí com o Fred para tomar algo, demorou para
encontrarmos algum lugar, mas quando encontramos foi uma excelente opção, com
coquetéis para lá de excelentes e com um preço bastante interessante. Na
sequência uma balada com banda ao vivo. Como a cerveja era cara e já estávamos
bastante “à vontade” por conta dos coquetéis que tomáramos antes, enchíamos as
garrafas de cerveja com água da torneira e ficamos gradativamente mais
conscientes da festa, ainda assim foi uma noite genial.
No dia seguinte, despedi-me da família e ganhei uma carona
do Rui até Dortmund, de onde utilizando o genial Mitfahrgelegenheit (site para
divisão de despesas de gasolina) arrumei um carro para ir a Berlim.
Despedimo-nos com a certeza de nos encontrarmos novamente,
talvez não tão em breve desta vez.
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