Cheguei em Varberg após algumas horas de Balsa. Estava
bastante frio e havia ainda bastante neve daquele lado (ao que parece não
nevara na Dinamarca). Após alguns minutos fui resgatado daquela noite fria pelo
Jim e pela Bella, um casal muito legal que me acolheria naquela noite.
Antes de seguirmos para sua casa, os acompanhei ao
supermercado, um lugar que é sempre interessante ir, pode se aprender muito
sobre a cultura local vendo-os fazer compras.
Em casa, ficamos de papo por várias horas e também durante
um delicioso jantar feito pela Bella. Descobri que o Jim era engenheiro de
segurança em uma usina nuclear, usou o Homer Simpson para exemplificar.
Já no dia seguinte segui viagem para Oslo, mas aproveitei a
parada obrigatória em Gothemburg para dar uma passada no Shopping e encontrar a
Sofie em mais um protesto, que ficou muito, muito feliz em me ver, é
impressionante a energia positiva que ela tem. Infelizmente nosso encontro seria
bastante curto, pois meu ônibus com destino a Oslo sairia em alguns minutos,
deu apenas tempo de dar um abraço sintetizar as novidades e nos despedir, antes
de seguir para a rodoviária deu tempo para mais um par de Semlas.
Chegando em Oslo, segui para a casa da Ingvild, do
CouchSurfing. Deu um pouco de trabalho para desvendar o mistério da numeração
das ruas da Noruega, mas chegando lá: Uau, que casa linda, parecia que tinha
saído diretamente de um desses contos infantis. Com um jardim todo branco pelos
30 cm de neve, árvores desfolhadas pelo inverno e pinheiros enormes tudo isso
sob a penumbra de uma iluminação ineficaz, porém charmosa.
A foto de dia ficou uma merda
Chegando lá, fui recebido pela Ingvild, um tipo raro de
pessoa. A primeira coisa que chama a atenção nela é a sua altura, ela era maior
do que eu. Em segundo lugar sua atitude frente à vida: uma batalhadora,
aventureira e uma pessoa feliz. Suas viagens são nada menos do que
inspiradoras, ela já esteve nos cinco continentes e não foi apenas por uma
pequena temporada. Junto dela, estava uma amiga Sueca, muito divertida e que
tinha uma conexão especial com a Ingvild que as deixavam na mesma sintonia.
Ingvild no Malawi (roubei a foto dela no CouchSurfing)
Rolou uma festa com o pessoal do CouchSurfing que morava em
Oslo, conheci desta forma um monte de gente legal e inspiradora que nos
acompanharam para uma noite de festa. Começamos em um Bar no centro de Oslo, e
nosso grupo se separou, algumas das pessoas eram menores de 18 anos e não
puderam entrar.
A diversão aumentava conforme subia o grau alcoólico da
Ingvild e eu, como seu hóspede, tive que tomar a posição de seu guardião,
tentando me divertir enquanto mantinha um olho sempre na direção dela. Fomos a
um bar brasileiro, muita animação e músicas que eu conhecia, com alguns
brasileiros inclusive para matar a saudade do meu português.
A amiga sueca da Ingvild desapareceu acompanhada por um
antigo “amigo”, mas eu e a Ingvild não estávamos sós. O tempo foi passando, e
com isso chegou a hora de ir. Paramos primeiro em uma loja de departamento, a
Ingvild resolveu levar algumas pizzas congeladas, mas se recusava a pagá-las,
ela queria roubá-las! Eu na convenci do contrário, e seguimos o caminho.
Apareceu um cara, conhecido dos outros, com uma atitude muito esquisita em cima
da Ingvild, veio abraçando-a, mesmo que sua altura mal chegava aos ombros dela,
tentando convencê-la de ir com ele para a casa dele. Ela não estava em
condições de tomar uma decisão daquelas, e a reação dela e dos outros não
parecia sugerir que ela estivesse interessada, e como o cara estava muito
esquisito e agressivo em cima dela, eu, como seu guardião acidental, resolvi
intervir puxando-o para longe dela. Ele protestou agressivo, mas peitei-o dizendo:
Ela NÃO vai contigo! Na hora pensei que ia rolar uma briga, mas ele foi embora.
Acho que o intimidei com a minha barba Viking.
Antes de ir para casa, a Ingvild apresentou evidente melhora
após um lanche no McDonalds. Tomamos um taxi cum um amigo que também ficaria
hospedado conosco, ficamos os três de papo bebendo água até não haver qualquer
evidência de embriaguez entre nós.
Fiquei mais dois dias nos quais não fiz muito, exceto por uma
caminhada em Oslo que não teve nada de especial, exceto por um Kebab e uma
caminhada no cemitério perto da casa da Ingvild, uma incrível paisagem que me fazia sentir em um mundo em preto e branco. Perdi também a oportunidade de
ter ido esquiar com ela, já que perdi sua ligação no celular que ficou em casa.
Na manhã do dia 31 saí de casa cedo, e quase perdi o meu
avião, uma vez que pelos cálculos da Ingvild, a viagem até o aeroporto levaria
apenas uma hora, mas isso considerando alguém que sabia aonde ir, o que não era
exatamente o meu caso, desta forma tive que correr e muito para pegar o avião
nos últimos minutos. Destino: Harstad, 200 km acima do círculo polar ártico.
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