Rumo ao Norte

14 de março de 2012



Cheguei em Varberg após algumas horas de Balsa. Estava bastante frio e havia ainda bastante neve daquele lado (ao que parece não nevara na Dinamarca). Após alguns minutos fui resgatado daquela noite fria pelo Jim e pela Bella, um casal muito legal que me acolheria naquela noite.

Antes de seguirmos para sua casa, os acompanhei ao supermercado, um lugar que é sempre interessante ir, pode se aprender muito sobre a cultura local vendo-os fazer compras.

Em casa, ficamos de papo por várias horas e também durante um delicioso jantar feito pela Bella. Descobri que o Jim era engenheiro de segurança em uma usina nuclear, usou o Homer Simpson para exemplificar.

Já no dia seguinte segui viagem para Oslo, mas aproveitei a parada obrigatória em Gothemburg para dar uma passada no Shopping e encontrar a Sofie em mais um protesto, que ficou muito, muito feliz em me ver, é impressionante a energia positiva que ela tem. Infelizmente nosso encontro seria bastante curto, pois meu ônibus com destino a Oslo sairia em alguns minutos, deu apenas tempo de dar um abraço sintetizar as novidades e nos despedir, antes de seguir para a rodoviária deu tempo para mais um par de Semlas.

Chegando em Oslo, segui para a casa da Ingvild, do CouchSurfing. Deu um pouco de trabalho para desvendar o mistério da numeração das ruas da Noruega, mas chegando lá: Uau, que casa linda, parecia que tinha saído diretamente de um desses contos infantis. Com um jardim todo branco pelos 30 cm de neve, árvores desfolhadas pelo inverno e pinheiros enormes tudo isso sob a penumbra de uma iluminação ineficaz, porém charmosa.

A foto de dia ficou uma merda

Chegando lá, fui recebido pela Ingvild, um tipo raro de pessoa. A primeira coisa que chama a atenção nela é a sua altura, ela era maior do que eu. Em segundo lugar sua atitude frente à vida: uma batalhadora, aventureira e uma pessoa feliz. Suas viagens são nada menos do que inspiradoras, ela já esteve nos cinco continentes e não foi apenas por uma pequena temporada. Junto dela, estava uma amiga Sueca, muito divertida e que tinha uma conexão especial com a Ingvild que as deixavam na mesma sintonia.

Ingvild no Malawi (roubei a foto dela no CouchSurfing)

Rolou uma festa com o pessoal do CouchSurfing que morava em Oslo, conheci desta forma um monte de gente legal e inspiradora que nos acompanharam para uma noite de festa. Começamos em um Bar no centro de Oslo, e nosso grupo se separou, algumas das pessoas eram menores de 18 anos e não puderam entrar.

A diversão aumentava conforme subia o grau alcoólico da Ingvild e eu, como seu hóspede, tive que tomar a posição de seu guardião, tentando me divertir enquanto mantinha um olho sempre na direção dela. Fomos a um bar brasileiro, muita animação e músicas que eu conhecia, com alguns brasileiros inclusive para matar a saudade do meu português.

A amiga sueca da Ingvild desapareceu acompanhada por um antigo “amigo”, mas eu e a Ingvild não estávamos sós. O tempo foi passando, e com isso chegou a hora de ir. Paramos primeiro em uma loja de departamento, a Ingvild resolveu levar algumas pizzas congeladas, mas se recusava a pagá-las, ela queria roubá-las! Eu na convenci do contrário, e seguimos o caminho. Apareceu um cara, conhecido dos outros, com uma atitude muito esquisita em cima da Ingvild, veio abraçando-a, mesmo que sua altura mal chegava aos ombros dela, tentando convencê-la de ir com ele para a casa dele. Ela não estava em condições de tomar uma decisão daquelas, e a reação dela e dos outros não parecia sugerir que ela estivesse interessada, e como o cara estava muito esquisito e agressivo em cima dela, eu, como seu guardião acidental, resolvi intervir puxando-o para longe dela. Ele protestou agressivo, mas peitei-o dizendo: Ela NÃO vai contigo! Na hora pensei que ia rolar uma briga, mas ele foi embora. Acho que o intimidei com a minha barba Viking.

Antes de ir para casa, a Ingvild apresentou evidente melhora após um lanche no McDonalds. Tomamos um taxi cum um amigo que também ficaria hospedado conosco, ficamos os três de papo bebendo água até não haver qualquer evidência de embriaguez entre nós.

Fiquei mais dois dias nos quais não fiz muito, exceto por uma caminhada em Oslo que não teve nada de especial, exceto por um Kebab e uma caminhada no cemitério perto da casa da Ingvild, uma incrível paisagem que me fazia sentir em um mundo em preto e branco. Perdi também a oportunidade de ter ido esquiar com ela, já que perdi sua ligação no celular que ficou em casa.



Na manhã do dia 31 saí de casa cedo, e quase perdi o meu avião, uma vez que pelos cálculos da Ingvild, a viagem até o aeroporto levaria apenas uma hora, mas isso considerando alguém que sabia aonde ir, o que não era exatamente o meu caso, desta forma tive que correr e muito para pegar o avião nos últimos minutos. Destino: Harstad, 200 km acima do círculo polar ártico.

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