Churrasquinho no Marrocos
Em uma viagem, existem três principais fontes de gastos:
Hospedagem, Transporte e alimentação. Há maneiras bastante criativas para se
contornar esses gastos, e hoje falaremos sobre alimentação.
Existem várias maneiras de economizar na alimentação, a
maioria dos hosteis possui cozinha aberta aos hóspedes, portanto, pode-se
salvar muito dinheiro fazendo compras no supermercado e cozinhando. Mas muitos
viajantes, como eu, não tem qualquer talento na cozinha, assim, essa
possibilidade fica complicada.
Costumo com bastante frequência, comprar pão e frios para um
sanduíche e um iogurte para a sobremesa, fica bem mais barato do que comer
fora, mas em geral preciso montar o sanduíche em céu aberto o que pode ser uma
situação constrangedora para muitos.
Mas se a ideia é
saborear as maravilhas da culinária local sem gastar muito, a primeira coisa a
se fazer é, claro, evitar restaurantes turísticos. Em geral nestes
restaurantes, paga-se muito caro e come-se uma comida que está bastante
distante do dia a dia dos moradores locais. Os pratos são feitos para agradar o
paladar de turistas europeus e também, muitas vezes, são pratos que os locais comeriam
apenas em ocasiões muito especiais.
Bacalhau com chips em Portugal
Tahine no Marrocos
Comida Japonesa na Itália. Tá essa não conta.
Os melhores restaurantes são aqueles que estão cheios de
moradores locais. Muitas vezes eles são feios e não muito limpos, mas se os locais
comessem lá e passassem mal, não faria sentido que estivessem cheios.
Em toda a minha viagem tenho tido resultados muito mais
positivos do que negativos. No Marrocos, ia comer todo dia refeições deliciosas
com menos de 1€. O mesmo na Síria, Turquia, etc.
Mas, evidentemente, são os negativos que ficam mais teimosos na
memória e foi um deles que me motivou a escrever esse post e outro no Marrocos.
Estava andando pelas ruas do Cairo, faminto e não havia nada
que me parecesse interessante. Até que encontrei uma barraca cheia de pessoas.
Fui observar de perto, e fazia-se uma mistura bastante cheirosa de carnes
variadas, enrolava-se tudo em um pão.
Eu nunca tive muito problema com aparências. E o lugar de
aparência não tinha nada. Era uma barraca que ficava em uma rua cheia de gente,
carros e lixo (é o Cairo afinal). Mas o detalhe que assustaria a maioria das
pessoas era o embrulho do sanduíche.
É isso mesmo, jornal. Muito zuado! Mas encarei isso tudo
mais como um experimento social.
Peguei o sanduíche e saí andando, dei a primeira mordida...
Hum, diferente... A segunda e veio uns pedaços de osso, cartilagem ou sei lá o
que dava uma consistência terrível ao que estava ali saboreando. Foi na
terceira que me convenci que não iria conseguir comer aquela bagaça. Era muito
ruim. Primeiro que tinha fígado, o que eu não suporto. A consistência parecia
gordura, com cartilagem, pele e sei lá mais o que.
Tentei procurar um cachorro e ver se ele tinha a coragem que
eu não tive, mas acabei não encontrando nenhum e o sanduíche acabou indo parar
no lixo.
Moral da História, nem sempre o paladar local vai te
agradar.
0 comentários:
Postar um comentário