O lindo e extorsivo cenário de Petra

18 de outubro de 2011



Chegamos, eu e a Mariana, no hostel em Wadi Rum, era um hostel bastante aconchegante gerenciados por um casal muito louco, ela inglesa ele jordaniano.

O plano era tentar entrar em Petra pelo mesmo caminho que o Ghassab começou a nos mostrar, iríamos arriscar. O ideal seria sair bem cedo e chegar por lá antes das 6 da manhã... Claro que não funcionou, eram 9 horas e ainda estávamos tomando café da manhã.  Fomos de carona até o vilarejo e chegando no início do caminho, mal olhamos o lugar e alguém já veio perguntando se tínhamos ingresso, pois é a fiscalização é bem eficiente. Acabamos tomando um chá com o cara que era doidão, era também casado com uma Norueguesa meio doida também.
O caminho "secreto"

No caminho de volta, quem encontramos? Ghassan, o irmão de Ghassab que nos implorou para entrarmos e tomarmos um chá, e claro lá estava o seu irmão pilantra. Desta vez ele estava bem mais calmo e simpático, ma ainda assim não foi o suficiente para fazer-nos esquecer de todo o stress que passamos com ele.

Voltamos ao hotel e jantamos com um grupo de 2 espanhóis e 2 chilenos. Expus o meu ponto de vista sobre o preço de Petra.

O Valor da entrada em Petra é de 50 Dinares (o equivalente a R$ 120). Era o suficiente para pagar quase uma semana de hospedagem no lugar que estávamos. Esse é o preço para turistas, para qualquer árabe (egípcios, jordanianos, sírios etc) o valor é de ridículo 1 Dinar. Esse é definitivamente um abuso de um país que controla um lugar fantástico e que extorque aqueles que querem visitá-lo. Petra é o único lugar na Jordânia que vale a pena ser visitado, e sabendo disso, eles colocam o preço que querem.

Inicialmente eu estava bastante tranquilo em não ir, porém, conversando com aqueles que já foram e ouvindo os seus relatos, acabei decidindo por ir.

Assim, no dia seguinte seguimos para Petra acompanhados por um dos espanhóis do jantar do dia anterior.
Petra é um espetáculo da natureza que, mesmo que não houvesse nenhuma intervenção humana, já valeria e muito a visita. São canions, montanhas e vales com as mais lindas combinações rochosas que vi até o momento. As pedras tem várias cores e formatos. Com linhas tão fantásticas que parecem ter sido feitas por mãos habilidosas.



Acontece que neste lugar de rochas perfeitas, uma civilização de artistas talentosíssimos floresceu. Os Nabateus, que moraram por lá por volta do século 4 a.C. Esculpiram na rocha sólida um espetáculo de construções que inspiraram arquitetos por milênios.

O passeio começa em uma passagem bastante estreita, alta que se estende por quase 2 quilômetros possuindo, no caminho, algumas esculturas que acabaram sendo consumida pela erosão de milênios.


Esta passagem termina na Câmara do Tesouro que nos faz sentir pequenos diante de tamanha grandeza e habilidade. Talvez o leitor pode se lembrar deste lugar no filme Indiana Jones e a Última Cruzada, segundo o filme, é neste lugar que se encontra o Santo Graal. Mas dentro, sinto em lhes informar, trata-se de uma câmara vazia.

Em seguida, escalamos uma montanha para ter uma linda vista do local e poder ter um vislumbre de nossa próxima parada o Monastério, que ficava do outro lado. Após uma longa subida de pelo menos uns 40 minutos, claro isso sem contar a descida da montanha em que estávamos.


Iniciamos todos juntos a subida. Eu e o Fernando seguíamos a uma velocidade normal. Mas a Mariana, haja paciência, caminhava a passos de princesa. A cada cinco minutos, tínhamos de esperar pelo menos três até ela nos alcançar. Claro que desta forma, acaba sendo muito mais cansativo e a etapa final, faltando apenas mais uns 5 minutos para chegar no topo, decidimos para para esperar a Mariana que, pelas nossas contas, devia estar há uns 5 minutos de nós. Esperamos, esperamos e esperamos, quando deu meia hora resolvemos seguir.

O Fernando me aconselhou a seguir até estar de frente ao Monastério sem olhar para ele, e quando chegamos no local, virei para olhar e aprecias aquela enorme obra de arte em toda a sua magnificência.


Ficamos por lá por mais uns 15 minutos quando aparece a Mariana, montada em um burro e com um guia explicando a ela tudo com uma enorme riqueza de detalhes. Ela disse para acompanhá-los mas o guia fazia o possível para despistarmos. Perguntei a ela quanto ela estava pagando e ela disse que era apenas 2 Dinares (o preço normal, para um homem, seria de no mínimo 20), ela dizia que fez uma boa negociação. Sim, claro, era evidente o porque o guia estava cobrando tão barato.



Seguimos caminhos ligeiramente diferentes e sentamos próximo à única saída possível daquele lugar, aguardando a Mariana aparecer. Esperamos quase uma hora quando decidimos procurá-la e onde ela estava? Sentada com o guia em uma pedra distante conversando. "Achei que vocês já tinham ido embora e pensei: 'ah que se dane, vou ficar um pouco mais'". Respondi: "Claro que não iríamos sem você, seria muita falta de consideração da nossa parte". O Fernando ficou quieto, mas acho que se ele abrisse a boca seria pra mandá-la pra PQP.

Ela continuou a descida com o burro, eu e o Fernando seguimos a pé. Tivemos que esperá-la por mais uns 15 minutos. E eu pensando na merda que fiz em seguir viagem com ela.

No total andamos 21 quilômetros naquele dia que apesar de tudo foi animal.




Abaixo um vídeo de uma beduína pastoreando cabras.

No dia seguinte seguiríamos para Israel, de carona pelo deserto.

O roteiro em Petra:

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