O CouchSurfing, para quem não conhece, é um site que coloca pessoas, interessadas em receber viajantes em suas casas, em contato com os viajantes, interessados em conviver com pessoas da cidade. É uma idéia genial e que conta no momento com quase 3 milhões de participantes em todo o mundo.
Para um viajante como eu, o site funciona da seguinte forma: Após decidir para onde vou e quando devo chegar por lá, procuro no site por pessoas que moram naquela cidade e que tenham disponibilidade para me receber. Todos possuem um perfil com informações básicas para sabermos quem são eles, além de referências de outras pessoas que estiveram em contato com eles. Desta forma, podemos saber se a pessoa que estamos em contato é confiável ou não.
Após encontrar um Host em potencial, envio uma solicitação e aguardo pela resposta.
Após ter ficado na casa do Pete em Falkenberg, compartilhando com ele e sua familia vários momentos do cotidiano, percebi que conviver com famílias possibilita uma experiência muito rica em termos de cultura local e pessoal. Decidi, portanto, focar minhas solicitações em famílias.
Escolhi a cidade de Umeå pois fica exatamente a meio caminho entre Estocolmo e Kiruna (meu destino final na Suécia). pelo CouchSurffing entrei em contato com a Eva, que com suas duas filhas mora em uma linda casa no suburbio da cidade.
A Eva me recebeu muito bem, me mostrou vários lugares interessantes da cidade e me levou para uma festa com alguns amigos dela. Foi MUITO divertido, todas as pessoas tinham histórias interessantíssimas para contar e se divertiam com algumas das minhas histórias. Preparei para eles algumas Caipirinhas com uma Pitu de R$ 60 a garrafa, ainda bem que eles adoraram, pois esse preço numa Pitu é sacanagem.
No outro dia fui com a Eva para uma casa de verão meio isolada da civilização. A casa fica na beira de um lindo lago onde podia-se ver um lindo pôor do sol às 23h da noite. O nascer do sol não demorava mioto, próximo da 1h lá estava o sol. Dormir com essa claridade, é complicado...
Depois de voltarmos, a Eva me levou em um parque de esculturas próximo de sua casa, haviam obras magníficas, dignas de grandes museus, e estavam na praça ao lado de casa, bom não?
Havia também um desfile de carros antigos na cidade o qual fomo ver, a família o namorado de uma das filhas da Eva estaria lé, esperamos uma eternidade até eles aparecerem.
No dia seguite era dia de seguir viagem, a Eva tinha uma conhecida do CouchSurfing que poderia me receber na cidade de Overkalix, bastante distante no norte e segundo ela, seria possível conseguir uma carona até lá. Carona? Até que não seria uma má idéia para economizar uma grana, o problema é que li em vários sites que o povo da suécia não é muito de dar caronas. Mas... se ela disse que é sussa, vamos lá. Ela me deixou em um lugar excelente para caronas.
Esperei por não muito tempo até parar do outro lado da rodovia um carro e veio uma mulher muito simpática me oferecer carona, antes eles iriam passar em outro lugar, mas em seguida iriam seguir por quase todo o meu caminho. Dentro do carro duas mulheres e um cara, todos muito gentis, estavam indo canoar perto da Finlândia. Eles eram defensores dos direitos dos animais, vegans e feministas... Achei melhor nem falar que eu trabalhava com testes com animais na faculdade, que era carnivoro orgulhoso e que acho esse papo de igualdade entre sexos uma balela, vai que eles me deixam do meio da estrada.
Eles me deixaram em um posto na estrada que iria para Överkalix. Lá, após alguns minutos pedindo carona, consegui com um grupo de rapazes que ficaram quietos por quase toda a viagem. Chegando a Överkalix, recebi uma mensagem da Ann-Loise (a Lolo) dizendo que na verdade ela morava em LansJärv, a uns 50 km ao norte. Quando disse a eles, eles começaram a riir, pois também iriam para lá, nessa hora aproveitei o momento e puxei assunto, tava curioso para saber de onde ele eram: Romênia. A partir daí, os caras ficaram muito simpáticos, fizeram altas propagandas da Romênia e ficaram esperando até ter certeza de que a Lolo estava chegando.
Fiquei três dias com a Lolo e sua família, e foi uma experiêcia fantástica. Estava com ela também o Harrison, um australiano que fazia de tudo para ser o máximo, alem de falar muito e tão rápido que eu conseguia entender menos da metade do que ele falava (também porque eu não me esforcei tanto). Vi pelas fotos suas duas filhas, fiquei realmente impressionado. Quando conheci uma delas pessoalmente, meu queixo quase caiu, muito bonita, e o nome dela: Linda, irônico nào?
Entre as coisas que a Lolo nos levou para fazer:
Cachoeira (foram duas):
Em um local privilegiado, com uma natureza linda e água gelada demais para um banho.
Fazenda de Alces:
Lá estava um dos maiores alces que se tem notícia, segundo o dono, em alguns anos ele deverá entrar para o Guiness como o maior Alce do mundo. E turma, na boa, não sei de onde que saiu esse lance de que alces são símbolo de homossexualidade. O bicho é pelo menos duas vezes maior e mais assustador que qualquer touro que eu ja tenha visto.
Canoagem:
Contamos com as habilidades políticas da Anni, que nos arrumou duas canoas e saímos remando pelo RIo, a água estava muito gelada mas foi bem divertido. Meu parceiro de canoa foi o Harrisson, que não parava de falar...
Pausa para foto na placa do círculo polar ártico.
Advinha o que tem no Freezer:
A família da Anni, tinha a cabeça e a pele de um urso pardo no freezer. A caça lá e liberada e o grandão aí tava passeando no quintal deles quando virou caça.
Mina de Ferro:
UAU... Além de um museu que conta a a história da mineração local, pudemos dar um passeio na mina, sob mais de 1000 metros de terra. Precisamos fazer força para respirar o ar pesado de lá. O Harrison também foi...
Ah, a Lolo também cortou meu cabelo, que estava sem ser cortado desde que saí do Brasil.
Após a mina, eles me deixaram na estrada, onde eu iria pegar carona até Abisko, no pé da montanha.
A Linda, eu, Lolo e a Anni! O Harrison tirou a foto.
O roteiro deste trecho foi:
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