O ônibus saia de Fez e eu precisaria fazer duas escalas, uma em Errachidia e em seguida pegar um taxi em Rissani. Existem duas categorias de ônibus de viagem, os para turistas: limpos, organizados e com ar condicionado; e o tipo de ônibus que peguei: quentes, sujos e lotados. Para se ter uma ideia, quando o bagageiro encheu, as bagagens foram sendo colocadas no corredor, algumas pessoas sentadas em cima, por não haver lugar para todos, sem contar as pessoas que ficaram de papo até as 5h da manhã.
Chegamos em Errachidia, hora de descobrir como chegar em Risssani. Havia um taxista esperando lotar o taxi e levar-nos diretamennte até Merzouga, chegou dizendo que comigo só faltavam 2, cheguei lá e eu era o único, ainda faltavam 5. Esperei, esperei e nada. Quando deu o horário do ônibus desencanei do taxi.
Chegando no ônibus para Rissani, legal, todos os lugares ocupados. Nesse momento surgiu uma mão salvadora que arrumou um lugar pra mim perguntando em árabe para todos os passageiros por lugares livres. Era uma charmosa marroquina que viajava acompanhada de um homem muito gentil e que apesar da barreira linguística (ela não falava inglês e eu não falo francês) me ajudou muito. Descobri, por linguagem de sinais, que o homem que a acompanhava era o seu irmão, e que ela apesar de Marroquina morava na França havia alguns anos.
O caminho se faz por estradas que cortam o deserto.
A surpresa foi um canion, no meio do deserto, e dentro dele, um oásis com uma densa cobertura de árvores.
Chegando em Rissani, descobri ainda que iríamos para o mesmo destino, e com isso acabamos compartilhando o mesmo taxi. Enquanto o taxista procurava mais passageiros, eu tentei procurar um lugar para telefonar àquele que iria e hospedar, porém não consegui. Quando voltei, já estavam todos no taxi me esperando. Quando eu ia me sentar, bastava eu abrir a porta e sentar ao lado dela, mas aqui é o Marrocos, ela levantou, o irmão dela também, eu sentei, seu irmão e ela sentaram em seguida. Só familiares podem encostar em mulheres marroquinas, ao que eu entendi.
A paisagem fora do taxi era uma coisa fora do sério.
O taxi parou em frente a um hotel à alguns quilômetros do meu destino e nós nos despedimos.
Chegamos finalmente à Merzouga, uma cidade que parece palco de filmes de faroeste, quase ninguém nas ruas de terra. Comprei um cartão telefônico e liguei para o meu colega. Eu precisaria pegar um transporte para uma vila que eu mal conseguia pronunciar o nome. Fui de moto, ou melhor, sentado na garupa de uma mobilete muito velha.
Chegando lá, havia um rapaz me esperando, me perguntou se eu era do CouchSurfing, confirmando, ele me levou até a casa do Said e surpresa, ficava exatamente em frente ao Hotel em que estava a minha salvadora marroquina, uma pena que não a encontrei novamente.
Olha só a vista da casa que me hospedei gratuitamente:
A aventura de Fez a Merzouga:
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