Voltei logo pro Hostel pois o meu pé tava me matando.
Eu tinha duas bolhas recém tratadas, uma em cada dedinho. O tratamento é muito simples, pega-se uma agulha de costura, e linha. Passasse a agulha pela olha com a linha, entrando por um lado e saindo pelo outro. É importante deixar a linha lá. Depois de alguns dias, tira-se a linha e espera a bolha secar. Ao fim, você terá um lindo calo que não vira bolha tão cedo.
No dia seguinte acordei cedo, umas 6:30, precisava pegar o ônibus das 7:15 com destino a Sagres. A caminhada até a rodoviária foi traquila apesar do frio daquela manhã. o ônibus me deixou no centro de Sagres, e após perguntar para algumas pessoas, minha suspeita foi confirmada: a única maneira de chegar ao Cabo de São Vicente era caminhando. Algo em torno de 7 km, só tinha um porém... Com a minha mochila de uns 10 kg, nas costas, excelente.
Durante a caminhada, que legal: um arco-íris. Não demorou até eu me lembrar que arcos-íris aparecem pela dissipação da luz do sol em gotas de... Chuva! E o caminho ainda estava muito longo.
Ótimo momento para começar a pedir umas caronas. Ninguém parou. Andei, andei, andei até chegar em um lugar coberto, nesse momento eu já estava encharcado, mas poderia ficar pior.
A chuva enfraqueceu, e continuei. Tive o agradável encontro com o fotogênico caracol que abre o post enquanto já podia ver o farol de São Vicente. De fato, ele me serviu de consolo pois o caminho para ele era muito maior que o meu.
Depois de uma hora caminhando em baixo de chuva, com uma mala de 10 kg nas costas, cheguei ao farol e a chuva parou, ódio... Pelo menos a paisagem era línda:
O que são esses pontinhos pretos no alto do penhasco? Turistas!
Esse penhasco é o mesmo que aparece na foto de cima.
O Cabo de São Vicente era tido pelos romanos, como o último ponto a sudoeste e até o o século XV era considerado como o Fim do Mundo. Foi na cidade de Sagres que se iniciou, com o nobre Infante D. Henrique, a era das grandes navegações portuguesas, e muitas das embarcações que chegaram ao oriente e ao ocidente.
Foi do Cabo de São Vicente que eu, como muitos dos antigos navegantes, me despedia da bela pátria de Portugal, com a esperança de poder voltar um dia.
Os trajetos foram:
Évora para Lagos
Lagos para Sagres e Cabo de São Vicente
Sagres para Chiclana de la Frontera
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