Hurricane: Guia de Sobrevivência

30 de junho de 2011


Descrever o festival em apenas uma palavra é fácil: LOUCURA! E não pelas bandas, quem liga para Foo Fighters, Incubus e outras trocentas bandas que tocaram la? Quase ninguém, a galera vai mesmo por causa do acampamento. E acampamento de festival, caro leitor, é a melhor invenção de todas!
O primeiro desafio é encontrar um lugar no meio da multidão, ir de uma ponta a outra do acampamento é uma caminhada de pelo menos 30 minutos. Um vídeo para se ter uma ideia:

A vida no acampamento não é nada confortável. O banheiro fica a uma boa distância, além de ser nojento, é preciso encarar uns caras como esses:


Dormir é um desafio, o barulho é constante a noite inteira. No meu caso eu fui preparado com os meus dois amiguinhos abaixo:
Basta colocá-los que o mundo pode acabar ao seu redor.

Segundo o Andy, para aproveitar um festival só existe uma solução: beber, beber muito. Ressaca? Beba mais, ninguém fica de ressaca e bêbado ao mesmo tempo. Felizmente a van estava bastante carregada.


Os meus colegas se divertiam comigo pois eu falava que ia dar uma volta às 11 da manhã e só voltava de madrugada, e era verdade, o melhor do festival são as amizades que fazemos por lá, muita gente legal, e interessante pra conhecer. Os alemães, aliás, são muito hospitaleiros e bons de festa, são também muito preocupados com a má reputação que a Alemanha tem no mundo. Mais de uma vez perguntaram a minha opinião sobre os alemães e o nazismo, e mais de uma vez me pediram para transmitir a mensagem de que os alemães são legais, e eles são MUITO legais.

Eu saía andando e dizendo para as meninas algumas frases em alemão, cada vez ia aprendendo mais e mais frases. Havia atá algumas escritas em meus braços:
Du hast schöne augen/titten //Você tem olhos lindos (e tetas também)

Moin, dich knall ich heute nacht auch noch // Oi, vou te arrebentar a noite inteira

Foi muito divertido, a maioria das garotas se divertia dizendo que estavam lisonjeadas. Muitas delas me ajudavam aumentando a minha coleção de frases.
No dia seguinte tive uma ideia que garantiria ainda mais diversão. Escrevi uma placa dizendo Gratis Küsse (Beijos grátis) e saí andando pelo festival. Acabei deixando a câmera na barraca, mas ganhei muito, muitos beijos, registrei apenas alguns:





Achei inclusive uma doida, bebaça, que pediu a placa emprestada, eu falei que beijar homem não apresenta desafio algum, o legal seria sair pedindo beijo de mulheres: E ela foi! Hahahaha Pior que ela era muito gatinha.

Uma dupla que merece menção é o Björn e a Lena, um casal super divertido com o qual tive excelentes momentos e com os quais ainda irei me encontrar novamente quando voltar para a Alemanha.

Ao final do festival, acabei assistindo a apenas um show, uma banda excelente, que com uma mistura de Punk com folk irlandês levanta a galera do chão. O nome da banda é Flogging Moly. Segue uma música para  vocês:
Agora imaginem isso ao vivo.

Na manhã seguinte ao festival rola aquela ressaca, não só a alcoólica, mas a ressaca da diversão. Foram dias absurdamente intensos e que no último só fica o bagaço dos nossos corpos. O acampamento, agora vazio, parece um campo de batalha, deve ser daí que saiu o nome do festival: Hurricane. Algumas fotos dos sobreviventes.
Um pior que o outro nas fotos



De lá seguimos viagem direto para a Suécia, mas antes passamos no BorderShop e compramos um monte de bebidas (na Suécia é bem caro, mas na Alemanha não).

O percurso de volta:

Rodando pela Alemanha!

26 de junho de 2011


Iríamos acampar em um acampamento próximo a Bremen.

Eu havia avisado a eles que não tinha a menor experiência em acampamentos, eles rindo diziam: depois de alguns dias você vai virar especialista. Peguei todos os equipamentos que eram do Erick, mas naquele acampamento acabei ficando com a barraca do Yatta que iria dormir dentro da Van.

Naquela noite, após um excelente jantar e festa, dormi feito pedra, o que foi uma surpresa, já que o saco de dormir, a primeira vista, não parece nem um pouco confortável.

No dia seguinte, praia nudista! O Pete e o Yatta não se conteram e ficaram peladões, a Jenna (infelizmente) preferiu um bikini. Eu acabei optando por manter minhas roupas. Mais tarde naquele dia, após algumas doses de Sangria (um vinho misturado com água e limão) fomos dar uma passeio no parque. A Sangria desceu muito forte e eu fiquei gritando que a gente estava perdido. Os caras só tirando sarro da minha cara dizendo: "É só seguir o sol", "vamos seguir o lago". Mas eles na verdade sabiam onde estavam e só estavam tirando uma comigo (o que funcionou). Posteriormente, olhando no mapa, descobri que o lugar que estávamos era um parque no meio da cidade, impossível se perder.




No dia seguinte, hora de empacotar as coisas e seguir viagem, de ressaca, complicado.


Seguimos viagem para Hamburgo, a maior cidade do norte da Alemanha. Saímos à procura de hostels, não encontramos nenhum. Conclusão? Iriamos dormir na praia. Deixamos o carro estacionado próximo da praia e seguimos para a night de metrô. Aliás, ninguém entendeu como funciona o metrô em Hamburgo, não há catracas, basta pegar o trem, será que é gratuito mesmo?


O bairro de Reeperbahn é quase como Amsterdã, casas de prostituição em todos os lugares. Decidimos conhecer uma por dentro, o que foi muito engraçado. Especialmente a prostituta que roubou o boné do Andy e ficava tentando agarrá-lo enquanto ele lutava para pegar o boné. As baladas de lá também são excelentes, fiquei impressionado com a quantidade de mulher bonita, os suecos dizendo que na Suécia era bem melhor. Acabamos nos separando do Pete, Charlie e Jenna, voltamos eu, Andy e Yatta para o carro.

No carro, pegamos os sacos de dormir e dormimos na praia, um dos momentos mais loucos que tive até agora. Fomos acordados por barulhos de trator que passavam próximo de nós. Ao acordarmos uma surpresa: o trator passava a apenas 5 cm de nossos pés.

No dia seguinte saí para andar com o Charlie e conseguimos vagas em um hotel. O Charlie ficou lá dormindo e eu saí para caminhar. Fui ao centro da cidade, mas fiquei quase a tarde inteira andando no parque Friedhof, um lugar lindíssimo que reflete a situação econômica atual da Alemanha.






Mais uma noitada, agora mais sossegada, fomos apenas beber em um bar e jogar Pebolim. Fiz dupla com o Andy, fomos desafiamos pelo dono do bar, ganhamos; por uma dupla de lá; ganhamos; o dono do bar ficou muito puto e nos desafiou novamente, mas dado o cansaço eles ganharam.

No dia seguinte, para a tristeza de todos, a Jenna, decidiu nos deixar. Ela estava seguindo de volta para casa, pois segundo ela, estava com saudades da família e do namorado, fora o mal humor perceptível para todos.

De Hamburgo, decidimos dentro da Van o nosso próximo destino: uma reserva natural próxima à cidade de Ratzeburg. A ideia era acampar no mato mesmo, sem muito luxo, porem haviam cartazes com proibições claras contra acampamentos. A solução seria procurar um acampamento de verdade, o que encontramos dando uma volta no lago.
Mapa do local



Aprendi um jogo de beber muito divertido e simples: o Flunkyball. Descobri posteriormente que esse jogo é praticado em toda a Europa, existe até campeonato na Alemanha. Recomendo à todos.

No dia seguinte, bateu aquela vontade de comer McDonnalds, precisávamos experimentar o McRib (que parece só existir na Alemanha).

Mais tarde alugamos um barco e saímos, regados a Sangria, navegando como Vikings pelos lagos da Alemanha, o resultado foi isso:

Decidimos ficar em um hostel para o último dia, e para isso escolhemos Lübeck, por ser a cidade mais próxima de onde estávamos e acabamos tendo uma agradável surpresa, a cidade é linda. Conseguimos um excelente hostel, demos um passeio pela cidade, mas a ideia daquele dia era descansar mesmo, pois o festival seria muito cansativo.



Mais uma desagradável perda para o grupo, desta vez era o Charlie, que encontraria alguns amigos em Amsterdã, mas o principal era o fato de que o primeiro festival havia sido o suficiente para ele, além do fato de que não haviam bandas que o interessavam tanto assim.
Give-up boy!! Hehehehe

No dia seguinte, após a despedida do Charlie, empacotamos nossas coisas, fomos ao mercado comprar mantimentos (alcoólicos na maioria) e seguimos para o Festival, que seria arrasador.

O roteiro desta etapa:

Meus companheiros de Viagem!

24 de junho de 2011



Esse foi um momento definitivo em minha viagem. Eu mal podia acreditar no que estava acontecendo: eu havia me juntado a um grupo de pessoas que eu conhecera no dia anterior para uma jornada por lugares desconhecidos. Foi, certamente, um lance de muita sorte ter conhecido essas pessoas, cada um com sua personalidade, mas todos muito receptivos e acolhedores.



Pete: Um cara pelo qual simpatizei de imediato. Sempre de bom humor e fazendo o possivel para que eu me sentisse em casa. Parceiro e cheio de energia. Grande guitarrista, sempre que encostava no violão era diversão garantida.


Charlie: O primeiro que conheci da turma e com o qual me convidei para me juntar à eles. Um cara que de certa forma tinha muito a ver comigo, sempre tinhamos assunto para conversar e fazíamos isso frequentemente.


Jenna: Única mulher do grupo, topou encarar a viagem ao lado de cinco homens. Estava cansada devido ao primeiro festival e, por isso, não estava muito de bom humor e acabamos não conversando muito.


Andy: Um cara muito divertido com o qual é impossível ficar mais de cinco minutos sem dar uma boa gargalhada. Consegue ser engraçado até mesmo quando fala em sueco e eu não entendo.


Yatta: Um cara um pouco mais introspectivo que os outros. Ainda assim, é fácil bater um bom papo com ele e dar ótimas risadas. Sempre muito interessado em contar as coisas de seu país, aprendi muito com ele.

Eles saíram da Suécia com o objetivo de ir a dois festivais na Alemanha, quando os conheci eles tinham acabado de sair do primeiro, decidindo passar alguns dias em Amsterdã para... relaxar.

Todos estavam meio abalados pela despedida do Erick (o cara que eu entrei no lugar), e isso era bastante evidente pois era assunto recorrente, pelo menos no início. Felizmente esse abatimento do grupo não duraria muito.

Amsterdã: Paraíso da liberdade!

21 de junho de 2011


Chegando na cidade saí a procura de um hostel com a ajuda do meu celular, no qual eu havia colocado a posição dos mais baratos.
O impacto que a cidade de Amsterdã nos dá é imediato. É uma cidade circundada por diversos rios com lindos prédios para todo lado. Andando pelas ruas, o que mais se via eram os cafés, lugares onde se pode comprar e consumir livremente maconha e derivados. Andando pelas ruas, o cheiro dos cigarros de maconha é evidente em todos os lugares. O hostel que arrumei ficava junto a um desses cafés e a recepção do hostel era junto da área de consumo.

Enquanto eu aguardava sentou ao meu lado um rapaz que enrolava o seu joint, o termo que eles utilizam para os baseados. Ele leu a minha jaqueta e reconheceu-me como brasileiro, pudemos então conversar no bom e velho português e, coincidentemente, ele estava no mesmo quarto que eu.
Ele estava de saída para uma volta na cidade, me convidei para ir com eles, acompanhou-nos um finlandês muito louco, que fumava o dia inteiro e, por ter perdido sua carteira, estava sem nenhum dinheiro. Fomos ao museu Van Gogh, mas a entrada era muito cara, e acabei deixando quieto. Amserdã é uma cidade forrada de excelentes museus, porém, para viajantes com um budget limitado como o meu, é necessário escolher bem os lugares que se quer ir.
Saí andando junto com o Finlandês, que só tinhas ideias idiotas como tentar entrar no museu e pegar ônibus sem pagar. Acabei arrumando uma desculpa e saí andando sozinho pela cidade.
Fui em seguida ao museu do sexo, a entrada era bem barata e o lugar era muito divertido, com engraçadíssimas fotos pornôs do século passado.


Em seguida fui dar uma volta pela cidade, seguindo os rios e tirando fotos de seus lindos prédios que dão à cidade um ar majestoso.


Fui até o Vondelpark. Foi neste parque que há algum tempo as autoridades liberaram os casais a fazer sexo ao ar livre, algo que demonstra o quão liberais são os holandeses. Não vi nenhum casal se divertindo dessa maneira, mas algo que chama também atenção à mentalidade aberta dos holandeses, foram os vários casais homossexuais que podiam ser vistos se beijando abertamente em vários lugares do parque.

Tentei ir ao museu da Heineken (algo que eu aproveitaria mais do que as obras do Van Gogh, desculpem a ignorância), porém já estava fechado. É muito fácil se confundir com o horário na Europa, o céu continua muito claro, e enquanto pensamos ser umas três horas da tarde são, na verdade, algo como oito da noite. O sol só se punha naqueles dias por volta das onze da noite.

Antes de voltar para o Hostel, uma passada no bairro da luz vermelha, o local onde a prostituição corre solta. Lá, cada prostituta possui uma espécie de vitrine na qual se expõem. Caso alguém se interesse em seus serviços, o serviço pode ser feito ali mesmo, basta fechar a cortina da vitrine. Ah, e devo dizer que haviam algumas prostitutas lá que poderiam facilmente ser modelos.

Voltei ao hotel e pude conhecer os outros companheiro de quarto. O primeiro que conheci foi o Charlie, um sueco que estava indo junto com um grupo de amigos a um festival na Alemanha. Eu fiquei babando ao ouvir os planos dele, e disse à ele que seria fantástico se eu pudesse acompanhá-los nessa jornada. Infelizmente a van estava cheia, e não caberia mais um. Quase no mesmo momento em que ele dizia isso, entrou no quarto o Erik que acabara de receber um telefonema com uma proposta de trabalho e teria que seguir imediatamente para a Suécia. Olhei para o Charlie, ele olhou para mim, e concordamos que isso era coincidência demais.
Conheceria os outros companheiros um pouco depois e todos eles concordaram em que eu os acompanhasse. No dia seguinte fomos ao mercado para fazer compras para o café da manhã, que comemos nas margens de um dos lindos rios da cidade.

Ao final, não tive tempo de conhecer quase nada da cidade, mas eu teria certeza que essa seria uma falta que valeria a pena, pois muitas aventuras ainda estavam por vir.
Seguimos para a Alemanha naquela manhã, o destino: um acampamento na cidade de Bremen.

Até Amsterdam:


O dia em Amsterdã:


A viagem para Bremen:

Post de desatraso, do Marrocos à Amsterdã!

16 de junho de 2011

Estou bastante atrasado com o Blog, por isso vou contar apenas os highlights até o momento.
Saí de Meknes e fui até Chefchoauen, uma cidade montanhosa no norte do Marrocos. A cidade é cercada de montanhas e tem uma paisagem muito bonita.



Segui de lá direto para Tanger, e de lá de volta para a Espanha, antes disso comprei uma panela de Couz-Couz marroquino para a minha prima (ela adorou).
Chegando em Tarifa, estava com tempo, fui dar uma volta pela cidade. Nada de mais, pelo menos naquele momento. Fui para a rodoviária para pegar um ônibus até Chiclana, onde minha prima mora. O ônibus tava muito atrasado, esperei por quase uma hora até descobrir que o meu relógio estava uma hora adiantado, diferença entre o horário da Espanha e do Marrocos, vacilo total. Fui atrás de um hostel na cidade e achei um próximo à rodoviária.

Conheci no café da manhã do dia seguinte uma americana muito gente-fina, batemos um papo e seguimos com a vida, até nos encontrarmos sem querer andando pela cidade e ficamos andando juntos até o final do dia quando peguei o ônibus para Chiclana.

Atlântico ou Mediterrâneo, eis a questão...
Se liguem no mar azul... Acho que até o momento nunca vi um igual.


 O legal foi banhar-me no Atlântico E no Mediterrâneo no mesmo dia. Na praia do Mediterrâneo tinha um senhor caçando nas pedras. Eu vi ele pegando um polvo e uma moréia, animal.

Fiquei com minha prima e seus dois pestinhas por uns três dias quando segui viagem para Sevilha. Meu destino era Madrid, então fiquei apenas o dia por lá. Em Sevilha fui no museu do exército (várias armas) e no Alcázar, um jardim muito bonito (e caro 8€).




No final do dia, entrando no ônibus para Madrid, uma coincidência bizarra. Lembram-se do casal de brasileiros que encontrei em Barcelona e acabei passando o dia com eles? Pois é o cara estava lá, e pior, ainda ia sentar ao meu lado. Acho que nunca vi uma coincidência tão doida como essa.

Chegando em Madrid, conheci uma coreana muito gente fina e que estava de saída para Toledo, uma cidade cheia de museus e obras do El Grecco, um artista grego que viveu nesta cidade e foca a maior parte de suas obras a temas religiosos.


Depois demos algumas voltas em Madrid, fomos em dois museus importantes: Reina Sofia e Museo del Prado, haviam obras importantíssimas que eu não tanto valor por pura ignorância artística.





No dia seguinte a minha amiga Coreana foi embora, eu ficaria mais alguns dias pois encontrei um voo barato que seguia até Amsterdã, um pouco fora da rota inicial, mas me faria economizar uma grana.

Fui no dia seguinte visitar algumas vilas ao redor de Madrid, coisa bem interessante.



No outro dei mais uma volta por Madrid incluindo o museu de Antropologia que me parecia legal, mas no fim foi um saco.


Acordei cedo no dia seguinte para seguir para Amsterdã, onde muitas surpresas me aguardavam.