Casablanca: De sem graça a excelente em três dias.

31 de maio de 2011

Cheguei no hostel às 5h, primeira surpresa desagradável: o hostel só abre às 8h. Fiquei dormindo no banco da praça, mas o hostel não abriu até as 9h. Chegando lá, o dono que era um tremendo cabaço, disse-me que eu só poderia dar entrada depois das 13h. Pelo menos eu pude deixar as minhas malas e seguir para o único lugar que vale a pena ser visitado na cidade segundo o Lonely Planet, a Mesquita Hassan II. Uma caminhada de 5 minutos pela avenida que acompanha o porto.
A mesquita Hassan II é a terceira maior do mundo, a primeira fica em Meca e a outra também na Arábia Saudita. Tem uma torre que é o maior minarete religioso do mundo com mais de 200 metros de altura. Decidi conhecer por dentro e pagar a astronômica quantia (para os padrões marroquinos) de 60 dirhans (6 €, porque eu sou estudante). Valia a pena uma vez que no Marrocos, não-islâmicos não podem entrar na maioria das mesquitas, esta seria portanto a minha única oportunidade de conhecer uma mesquita por dentro.









O lugar é lindo, e na parte de baixo há uma piscina que só serve de enfeite já que nunca foi usada.

Segundo o guia era isso... Resolvi fazer um caminho longo até o hotel. Bateu uma vontade irresistível de comer McDonalds, precisei sair em busca de um. Chegando lá deu pra sentir o contraste da sociedade marroquina, uma menina toda coberta ao lado de outra de mini-saia.

Segui para uma loja de telefone onde conheci o Mehdi, que se ofereceu a levar-me a um local onde eu poderia desbloquear o meu celular. No final ele foi muito gentil em servir de guia e me mostrar os principais pontos da cidade.
Um desfile de moda


Uma mesquita da Medina
Eu já planejava ir para outra cidade, quando o Mehdi me convidou para conhecer outros pontos da cidade, inclusive um amigo dele que tem uma banda, e quem sabe, podíamos mandar um som. Pois é, mais um dia em Casablanca.
No final, o amigo dele não apareceu, ficamos eu e o Mehdi mandando um som em uma praça, em seguida almoçamos em um restaurante de peixes, muito bom e barato. O tipo de lugar que eu dificilmente conseguiria encontrar sozinho.
Naquela noite saí para jantar com um japonês, um cara esquisito demais. Comi escargot em uma barraca de rua e depois fomos comer mocotó em um restaurante de esquina, achei uma droga.


Conheci um francês e uma alemã mais tarde naquela noite, ela comentou sobre um festival que estaria rolando no dia seguinte... É, mais um dia em Casablanca.
Resolvi sair com o francês para tentar achar uma cerveja, deu trabalho, estávamos quase desistindo quando chegou um local perguntando o que queríamos, quando respondemos, ele disse: "Conheço o lugar perfeito para vocês", excelente. Chegamos em um restaurante e fomos no andar de cima. Era um lugar escuro, com várias mesas, uma mulher em cada uma, nos sentamos em uma vazia e de repente todas elas começaram a nos encarar com cara de safada... "Acho que estamos em um prostíbulo", "vamos tomar uma breja e cair fora", a cerveja era cara, muito cara... Levantamos e fomos para o hostel.
Acordamos para o café da manhã, e saímos, junto com a alemã, para uma volta na cidade. Um pouco mais do mesmo, fomos à Mesquita novamente, andamos um pouco pela cidade, comemos um frango assado legalzinho em um restaurante sujo. O nosso amigo francês arrumou uma pretendente marroquina e acabou não indo no festival com a gente, fomos apenas eu e a alemã, mas não, ela tinha um namorado que estaria no festival.
O namorado dela era um artista de circo marroquino, e as coisas que ele fazia eram impressionantes. Acrobacias, andar na corda bamba, malabarismo, tudo parecia muito fácil quando era ele fazendo.

Até me arrisquei a tentar andar na corda bamba, para a minha surpresa não é tão difícil quanto parece. Aposto que com muito treino consigo superar o meu recorde de 2 segundos.
No festival tinha até um ser duvidoso, que para mim era um traveco, os marroquinos juravam que não (acho que eles não estão preparados para essas coisas). Tirem suas próprias conclusões:
É ou não é?

Ao final do dia, ficamos de papo com o pessoal do circo, uma galera totalmente alternativa e de paz. Me receberam de braços abertos muito interessados em algumas das minhas histórias. Foi um momento muito especial.

Para uma cidade na qual eu planejava passar apenas um dia acabei ficando três (e meio), a cidade acabou me surpreendendo pela sua modernidade e grandiosidade. Em determinados lugares poderia-se dizer facilmente que se estava em uma grande avenida de São Paulo. No final, não foi a cidade que me conquistou mas sim as pessoas que lá estavam.
O Mehdi com o seu violão.

A Johanna com seu sorriso e simpatia

A galera do circo e seu modo alternativo de vida

No dia seguinte segui viagem para El Jadida, uma cidade praiana da qual eu ouvira falar muito bem.

O primeiro:


O Segundo:


O Terceiro:


A viagem para El Jadida:

1 comentários:

Naly Meneses disse...

Bruno...Achei o seu blog ao acaso...E não consigo parar de ler...Vc é espetacular,e tem um humor ótimo!Estou deveras maravilhada...Te mando uma energia de paz e alegrias...beijão

Postar um comentário