Uma nova parceira!

9 de agosto de 2012



Desembarquei no Aeroporto de Faro. Sim, estava novamente em Portugal, apenas dois meses depois de minha última visita, quando vim fazer um passaporte lusitano e acabei conhecendo a Teresa (cujo relato está aqui).

Depois daquela despedida, eu e a Teresa nos correspondemos quase que diariamente na qual foram surgindo planos cada vez mais ambiciosos de seguirmos viagens juntos. Assim, acabei postergando minha viagem à Ásia para mais uma viagem a Portugal com o objetivo de iniciar essa empreitada junto com ela.

O plano era ambicioso, pois incluía uma forma de nos auto-sustentar: com música de rua. A Teresa com seu talento e experiência ao violino e eu arranhando no violão, coisa que eu não fazia já há alguns anos.

Vou poupar o leitor dos detalhes do nosso reencontro e pular para a nossa primeira viagem juntos: uma aventura de três dias ao Porto, saindo de caronas de Lisboa.


Foi uma viagem muito mal planejada, visto que decidimos em um dia e saímos no outro. A ideia era fazer CouchSurfing, mas não encontramos nenhum anfitrião para nos hospedar. Assim, na primeira noite ficamos em um hostel e na segunda, fingindo-nos de peregrinos do caminho de Santiago, nos hospedamos na base do corpo de bombeiros. 



Apesar do fiasco que foi essa viagem, percebemos que tínhamos um alto grau de afinidade na estrada, e isso é importante para qualquer viagem de uma semana, ainda mais para uma de um ano.

O maior desafio a esta empreitada seria o fato de que a Teresa ainda não havia finalizado o curso de Farmácia na universidade, o que só ocorreria depois de um ano. Para essa viagem ocorrer, seria necessário interromper o curso e continuar após a viagem, e para isso, era primeiro necessário vencer o medo de nunca mais terminá-lo. E esse medo era também compartilhado pelos pais dela, pessoas incríveis.

O Andreas e a Rose vieram morar em Portugal após completar uma incrível jornada de bicicleta pelo mundo. Viajaram por 24 mil quilômetros pelos Estados Unidos, Oriente Médio e Austrália. Além de viajantes são também músicos e, com música nas ruas, financiaram anos e anos de viagens, daí que surgiu a inspiração para uma viagem como essa. Porém, ao invés de apenas bicicleta, seremos mais versáteis com relação ao meio de transporte, usando principalmente caronas, mas não nos restringiremos apenas a elas.

A minha relação com os pais da Teresa foi muito enriquecedora e intensa desde o começo, tentei absorver o máximo que pude de sua experiência de viagem e de vida. Fui integrado à família também na parte musical, tocando a Canon de Pachelbel na frente de centenas de pessoas. Graças a eles, minhas habilidades musicais cresceram exponencialmente.


Eu e Veronika, irmã da Teresa


Canon de Pachelbel

O vídeo:



Convivemos, eu e a Teresa pelos próximos quatro meses em Lisboa, enquanto ela finalizava o semestre na Universidade. Para passar o tempo, fiz um pouco de tudo e com graus variados de sucesso: projeto em Epidemiologia na Faculdade de Farmácia, música de rua e até me enveredar nas artes secretas da culinária.



Ao chegar o mês de Julho, começamos os procedimentos para que a Teresa pudesse tirar o visto Russo (eu como brasileiro não preciso), o que apesar do trabalho e custo alto, deu certo. Depois, enquanto a Teresa passava alguns dias no Alentejo com os pais, eu decidi fazer a minha própria viagem de bicicleta. Saí de Lisboa e fui pela costa oeste e sul até a fronteira com a Espanha. Uma viagem de uma semana, e 470 quilômetros.


Viajar de bicicleta era uma das últimas formas de viajar que me faltava conhecer e gostei muito da experiência com algumas ressalvas, porém: é um meio de viagem solitário, passamos o dia inteiro sem falar com ninguém e quando chega a noite, procuramos um local seguro e isolado para acampar. Por outro lado, cada quilômetro é uma conquista e poder dizer que conquistou algumas centenas deles é um motivo de grande orgulho.



Voltando da viagem, era a vez dos pais da Teresa tirarem alguns dias de férias e para isso precisavam que nós ficássemos cuidando de sua casa e animais. Assim, passamos as últimas semanas de Julho, eu e a Teresa cuidando da plantação de tomate, alperce, berinjela e morango, além das galinhas, gansos, peru e cabras. E entre todas estas atividades, procurávamos tempo para ensaiar algumas músicas para nossas performances de rua.



Tudo pronto para o nosso início de viagem: uma semana no Sul de Portugal entre caronas, acampamento e música. Mais no próximo post.

1 comentários:

Anônimo disse...

cara, a sua aventura foi incrível, digna de filmes, meus parabéns

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