A aventura começa após a fronteira. A cidade de Ohrid fica a uns bons quilômetros de lá e a melhor opção era ir de carona. Resolvi desenhar uma placa, mas nem deu tempo de terminar, arrumamos uma carona logo de cara.
Era um grupo de albaneses e um deles trabalhou na Alemanha, o que possibilitou que ele pudesse se comunicar com o Fred. Posteriormente o Fred me disse que em determinado momento da conversa o cara perguntou se demos alguma coisa para o casal de italianos que nos dera carona, quando o Fred disse que esse não era o espírito de caroneiros, o cara fez cara de quem não gostou. Chegando em Ohrid, eles nos chamaram para tomar uma cerveja, o que aceitamos prontamente, e se provou um tremendo erro, pois no final o cara que falava alemão disse que esperava, após a carona que nos deu, que pagássemos pelas cervejas. Eu, o Fred ficamos putos, os outros dois caras que estavam com ele ficaram quietos, e no final eu falei para o cara: "Quer saber, pode ir embora que resolvemos aqui. Muito obrigado pela carona".
Não tirei foto daquele FDP, mas tirei foto da cidade.
Essa história derrubou um pouco os ânimos, mas não por muito tempo. Pois o desafio agora era encontrar o hostel no labirinto de ruas que era aquela cidade. Duas horas depois, contando com a ajuda de umas três pessoas e um iPhone, chegamos no hostel, que era bem simples mas aconchegante.
Na manhã seguinte acordei cheio de picadas de insetos, que no momento achei ser de mosquitos. Uma merda, mas tinha mais com o que me preocupar naquele momento.
Saímos para aproveitar o excelente clima. Havia um grupo de alemães (é eles estão em todo o lugar) com os quais resolvemos nos juntar. Era uma galera mais jovem (menos de 20) com os quais demos muitas risadas.
A primeira parada foi uma espécie de castelo no alto de uma montanha, o que nos dava uma linda vista panoramica da cidade. De lá vimos uma praia muito promissora e decidimos seguir para lá. Nos perdemos e fomos parar no centro da cidade (que era do outro lado), onde nos rendemos à fome e fomos no McDonald's que na Macedônia (pasmem), não tem batatas fritas. Finalizamos ainda com fome e comemos um Kebab, que pode ser encontrado em qualquer lugar ao que parece.
Terminamos o passeio com um mergulho no lago naquela praia escolhida no alto da montanha. Na falta do que fazer, roubei o livro do Fred e comecei a ler, o livro era Forest Gump, o mesmo do filme, mas aqui com muito mais detalhes e histórias hilárias. Terminei o livro no dia seguinte.
De noite fomos para um barzinho de blues, onde ficamos de papo com uma galera que, além dos alemães tinha também uma canadense (louca de cabelo rastafari) e uma alemã (claro).
Chegando no hostel descobri a nojenta origem das picadas. Era um inseto pequeno mas que na minha cama era bem numeroso. Tentei no começo ir me livrando deles, mas quando vi o quão numerosos que eram, desencanei e fui procurar outra cama. No dia seguinte avisei os caras do hotel e eles tentaram limpar, mas assim que terminaram, já podia-se ver insetos andando nas paredes.
Vale menção um irlandes que conhecemos naquele hostel que estava fazendo o percurso Irlanda - Índia de bicicleta. Pelo que ele falava, bem fácil e confesso que quase saí do hostel para uma loja de bicicletas, mas sem chances, prefiro o conforto de uma carona.
Bem no dia seguinte seguimos viagem para Skopie, capital da Macedônia. Iríamos de carona. Fizemos a placa, caminhamos até um posto de gasolina e esquema padrão: Placa com o destino, bandeira do Brasil, sorriso no rosto e vamo que vamo.
Pegamos carona agora com uma dupla (casal gay?) de Macedônios. Dessa vez estávamos um pouco traumatizados com o tratamento que tivemos na carona anterior e ficamos mais cautelosos. Para falar a verdade, eu estava extremamente cauteloso, até as balas que os caras deram para nós eu guardei (vai que tem sonífero e a gente acorda numa banheira sem um rim). Mas todo esse cuidado foi desnecessário, esses dois eram muito legais e chegaram até a pagar o almoço para nós em um restaurante na beira de um lindo lago.
Por fim, deixaram-nos próximo do centro de Skopie, uma cidade que prometia pouco mas que tivemos momentos muito agradáveis outros nem tanto, fica para o próximo post.
O roteiro da Última carona:
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