De volta a Montenegro! No calor de Tivat!

30 de agosto de 2011


Estava na rodoviária para seguir caminho entre entre Sarajevo (Bósnia) e Podgorica (Montenegro). Fui checar os tíquetes e foi aí que conheci o Fred, um cara pelo qual simpatizei de momento. Alemão, estava indo também para Podgorica, começamos a conversar e acabamos indo comer um Chevapi (quase um hamburguer) antes de encarar a viagem.
A conversa fluia naturalmente, e com isso conversamos de montão sobre tudo o que é assunto.
A estrada foi certamente uma experiência sublime. Começa com um pequeno riozinho entre altas montanhas e após uma represa, se transforma em um imenso rio de água tão azul que parece que alguém jogou tinta. Quisera eu que as fotos tivessem ficado melhores para que vocês pudessem ver o que falo.


Numa parada, o Fred lança: "E aí? Uma cerveja?". Essa foi a melhor ideia que eu gostaria de ter tido.
Chegando em Podgorica, minha intenção era seguir para a Albânia, porém descobri por lá que não haviam ônibus diretos até lá, já era noite, e ficar sem rumo naquelas horas não costuma ser uma boa ideia. O Fred lançou: "Nem esquenta, vamos para Tivat". Tivat é uma cidade costeira, ao norte de onde estávamos (eu queria ir para o sul) e que fica perto de Kotor, cidade que eu já havia estado. Mas considerando o fato de que eu não tinha planos muito melhores para aquele momento, conhecer uma nova cidade na boa companhia do Fred, hum, porque não? O leitor demorou muito mais tempo para ler os motivos de minha resposta do que o tempo que levei para dizer: "Hum, beleza".
O ônibus nos deixou no meio da estrada, então saímos perguntando. Não demorou até encontrarmos o hostel que o Fred tinha reservado. Chagando lá, havia uma atmosfera muito legal, com uma área comum no jardim com várias pessoas batendo papo, tocando violão e bebendo cerveja. Quando nos questionaram quanto tempo ficaríamos, estávamos na dúvida entre um ou dois, mas vendo o ambiente, eu disse ao Fred que, pela cara do lugar, a gente ia querer ficar mais de um dia por lá (no total ficamos quatro).
O primeiro grupo que conhecemos foi de professores Austríacos que estavam curtindo férias ali pelos Balcãs. O papo foi muito bem e depois descobrimos que estávamos no mesmo quarto, ao fim, fomos dormir muito tarde, pois não parávamos de dar risadas.

No dia seguinte fomos à praia com esse grupo onde tivemos muita diversão. Ah, pela primeira vez consegui achar que conseguirei fazer malabarismos (aquele com três bolas). Um dos professores carregava as bolas e disse que é questão de treino, resolvi tentar e me pareceu que iria conseguir, fiquei horas ali com resultados progressivos.

Naquela noite, compramos cerveja, vinho e ficamos de papo. Fomos até Kotor em uma festa de rua que estava demais. Estava conosco uma italiana, muito bonita e simpática que ainda falava português (com sotaque lusitano), o amigo italiano dela e um nigeriano que, apesar da aparência assustadora de negão bombado, ficava tentando pegar a minha perna até chegar o absurdo de me morder... Tudo bem que o cara é gay, mas se comporta né? O Fred nem percebeu pois estava distraído com a italiana.
A noitada foi excelente, mas toda a alegria tem suas consequências, dando ao dia seguinte aquela vontade de não fazer nada. Ficamos quase o dia inteiro só de papo pelo hostel, decidimos descer para a praia quando o sol estivesse mais calmo.
Ficar em um hostel tem as sua vantagens, é possível conhecer pessoas de todos os lugares e algumas delas são daquelas pessoas que deixam suas marcas em nossa memória de viagem.
Duas dessas pessoas são as suíças Giulia e Nadja, que tinham acabado de chegar naquela tarde enquanto eu estava tocando violão, coisa que, aliás, ando fazendo com bastante frequência. Por elas também rolou a mesma química que tinha rolado com o Fred, simpáticas, inteligentes e carismáticas, perguntei se não queriam ir conosco para a praia, elas aceitaram de bom grado. Quando avisei o Fred sobre a companhia para a praia, ele abriu um sorriso de orelha a orelha e disse: "Você é um excelente parceiro de viagem".
Fomos à praia com as meninas. conversamos de tudo, política, religião, vegetarianismo, polêmica etc... Papos não muito praianos, mas que dava para perceber que as meninas eram muito inteligentes.


A praia por outro lado foi uma merda. Grama alta e melequenta sob a água, fazia da experiência de ficar de pé naquele leito uma experiência asquerosa. Ah, pra ajudar ainda cortei o meu dedão do pé em alguma rocha no fundo do mar... Valeu pela companhia, pelo menos.
Naquela noite troquei com as meninas algumas músicas, elas adoraram a música abaixo:

E eu adorei essa:

No dia seguinte, o programa era o passeio de barco pela Bahia de Kotor, iríamos nós quatro, eu, o Fred e as duas suíças.

O passeio iniciava-se em Tivat e a primeira parada foi Herceg Novi, uma cidade forrada de turistas mas com um charme medieval que lembrava Dubrovnik. Havia uma fortaleza no alto de um monte, mas para entrar precisávamos pagar um troco, ninguém tava muito no clima, descemos para comer umas frutas e pizza.

De Herceg Novi, o barco seguia para Zanjic e de lá, haviam duas opções, seguir para a caverna azul ou ficar na praia, fomos para a caverna. A viagem levou uns 40 minutos em mar agitado, o que quase levou a alguns (eu incluso) a ficar enjoados, felizmente, o barco chegou antes de eu chamar o Hugo.
A caverna era uma das coisas mais bonitas que já vi. O mar de uma claridade azul contrastava com a escuridão da caverna formando um cenário que parece coisa de cinema. Impossível resistir a um mergulho, só tem um problema, não aquento muito tempo nadando, me canso rápido demais e quase me afoguei tentando voltar para o barco competindo com uma infinidade de pessoas que queriam fazer o mesmo.



Mais uma parada, agora em uma ilha artificial onde se abriga um museu (que não entramos) e uma igreja (claro).


A última parada foi em Kotor, cidade que eu já tinha estado anteriormente, mas agora a turma era diferente e as impressões também foram igualmente diferentes. A impressão que tive é de que explorei a cidade com mais detalhes do que anteriormente e a cidade tinha toda uma atmosfera diferente, certamente, a companhia ajudou a mudar a cara da cidade.



À noite tivemos que nos despedir daquela adorável dupla, o dia seguinte também seria o dia de eu partir também. Fiquei bastante contente em saber que o Fred decidira seguir viagem comigo e o plano era ir de carona. Ele nunca tinha feito isso muito longe de casa, mas a ideia o deixou animado.
Seguimos viagem no dia seguinte, o destino Albânia.

A Volta de Barco:


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