O Vale do Nilo

17 de dezembro de 2011


Foi uma longa viagem até chegar em Luxor. Eu não sabia o que esperar de lá, lembrava de ter lido sobre o vale dos reis e de ter visto uma foto de estátuas enormes de faraós, além é claro, da fama daquela cidade, todos os que vão ao Egito falam das pirâmides de Giza, Luxor e Aswan.

Eu peguei com uma chinesa no hotel do Cairo, a dica de um hotel em Luxor, ficava bem localizado e era bem baratinho, o equivalente a 2,5 € (uns R$ 6) por um quarto individual, pois é, esses são os preços do Egito. Era cedo ainda, então decidi sair para andar.

Tentei alugar um cavalo mas não rolou, muito caro, quase duas diárias de hotel para uma hora de cavalgada (palhaçada né?). Os taxis queriam cobrar uma fortuna para me levar até o ponto de venda de tíquetes, acabei pagando 20 vezes menos em um ônibus local.

Peguei a dica com um Australiano e comprei um tíquete para as ruínas de Medinet Habu, eram enormes e muito bem conservadas, considerando-se a idade de mais de 3 mil anos.




De lá segui para o vale dos reis. Uma van local queria me cobrar o equivalente a duas diárias de hotel para me guiar pelos 7 quilômetros até a entrada do vale dos reis. Tentei negociar enquanto o carro já estava em movimento, assim, o trajeto ia diminuindo e, como não chegamos em um acordo, eu mandei ele parar e eu desci. Havia um grupo de artesãos bem próximos de onde eu estava, e eles me chamaram para sentar com eles.

Foi uma experiência interessante ver a mudança de comportamento deles do típico comportamento de vendedor que me viam apenas como um turista endinheirado para o comportamento gentil e hospitaleiro depois de ouvirem sobre minha viagem na Palestina, Israel e Síria. Convidaram-me para o almoço e ainda me deram uma carona até o Vale dos Reis.


Achei o Vale dos Reis um lugar muito sem sal. Trata-se apenas de um monte de cavernas sem graça com algumas pinturas na parede (nada de surpreendente, ainda mais considerando-se o que eu já vira na ruína anterior), só chama um pouco a atenção as cores que continuam vivas, mas não vale o preço que se paga (umas  4 diárias de hotel). Ainda cobravam uma taxa extra para ver a tumba de Tutankhamon (que eu deixei passar).



Fiquei mais um dia em Luxor apenas por queria ver Karnak, esse lugar sim, valia muito a pena. Obeliscos e ruínas enormes que superaram todas as minhas expectativas (que estavam baixas depois do Vale dos Reis).





Na saída, um cara queria me cobrar uma diária de hotel por um sorvete. O cara era um fanfarrão.

Naquele mesmo dia, peguei um trem para Aswan cheguei meio tarde por lá e saí à procura de quartos tão em conta como aqueles de Luxor, demorou mas encontrei. Fiz também uma negociação bastante bem sucedida (considerando o preço que vi outro cara pagando depois) para ir até as Ruínas de Abu Simbel, que foram transferidas para um lugar mais alto durante a construção de uma represa. O ônibus saia umas 5 da manhã então eu quase não dormi naquela noite.

Chegando lá, era exatamente o lugar que eu havia visto em uma foto e não sabia onde era. O local foi construído em homenagem ao faraó Ramsés II. Reparem na estátua quebrada, isso aí é obra de um terremoto pouco depois de ter sido construída.





No dia seguinte, me juntei a um coreano para visitar alguns lugares que ficaram faltando, mas a viagem foi uma bosta, todos os lugares totalmente sem graça e que se tratavam apenas de uma armadilha para levar alguns trocados de pobres viajantes como eu.




Bem, eu já estava muito mais do que satisfeito com tudo o que vi no Egito, vi as pirâmides, ruínas e museus, porém, todas essas maravilhas eram ofuscadas pelo modo horripilante dos egípcios fazerem negócios. Eles são excessivamente chatos, e toda essa insistência para me fazer gastar já estava me deixando nervoso. E de tão nervoso que eu estava, comprei o mais cedo possível um vôo para fora do Egito, o país escolhido foi a Grécia.

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