As maravilhas da culinária local.

20 de novembro de 2011


Churrasquinho no Marrocos

Em uma viagem, existem três principais fontes de gastos: Hospedagem, Transporte e alimentação. Há maneiras bastante criativas para se contornar esses gastos, e hoje falaremos sobre alimentação.

Existem várias maneiras de economizar na alimentação, a maioria dos hosteis possui cozinha aberta aos hóspedes, portanto, pode-se salvar muito dinheiro fazendo compras no supermercado e cozinhando. Mas muitos viajantes, como eu, não tem qualquer talento na cozinha, assim, essa possibilidade fica complicada.
Costumo com bastante frequência, comprar pão e frios para um sanduíche e um iogurte para a sobremesa, fica bem mais barato do que comer fora, mas em geral preciso montar o sanduíche em céu aberto o que pode ser uma situação constrangedora para muitos.

Mas se a ideia é saborear as maravilhas da culinária local sem gastar muito, a primeira coisa a se fazer é, claro, evitar restaurantes turísticos. Em geral nestes restaurantes, paga-se muito caro e come-se uma comida que está bastante distante do dia a dia dos moradores locais. Os pratos são feitos para agradar o paladar de turistas europeus e também, muitas vezes, são pratos que os locais comeriam apenas em ocasiões muito especiais.

Bacalhau com chips em Portugal

Tahine no Marrocos

Comida Japonesa na Itália. Tá essa não conta.

Os melhores restaurantes são aqueles que estão cheios de moradores locais. Muitas vezes eles são feios e não muito limpos, mas se os locais comessem lá e passassem mal, não faria sentido que estivessem cheios.
Em toda a minha viagem tenho tido resultados muito mais positivos do que negativos. No Marrocos, ia comer todo dia refeições deliciosas com menos de 1€. O mesmo na Síria, Turquia, etc.

Harira, a deliciosa sopa marroquina.

Mas, evidentemente, são os negativos que ficam mais teimosos na memória e foi um deles que me motivou a escrever esse post e outro no Marrocos.

Estava andando pelas ruas do Cairo, faminto e não havia nada que me parecesse interessante. Até que encontrei uma barraca cheia de pessoas. Fui observar de perto, e fazia-se uma mistura bastante cheirosa de carnes variadas, enrolava-se tudo em um pão.

Eu nunca tive muito problema com aparências. E o lugar de aparência não tinha nada. Era uma barraca que ficava em uma rua cheia de gente, carros e lixo (é o Cairo afinal). Mas o detalhe que assustaria a maioria das pessoas era o embrulho do sanduíche.


É isso mesmo, jornal. Muito zuado! Mas encarei isso tudo mais como um experimento social.

Peguei o sanduíche e saí andando, dei a primeira mordida... Hum, diferente... A segunda e veio uns pedaços de osso, cartilagem ou sei lá o que dava uma consistência terrível ao que estava ali saboreando. Foi na terceira que me convenci que não iria conseguir comer aquela bagaça. Era muito ruim. Primeiro que tinha fígado, o que eu não suporto. A consistência parecia gordura, com cartilagem, pele e sei lá mais o que.
Tentei procurar um cachorro e ver se ele tinha a coragem que eu não tive, mas acabei não encontrando nenhum e o sanduíche acabou indo parar no lixo.


Moral da História, nem sempre o paladar local vai te agradar.

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